“PESQUISAS APONTAM QUE UM HOMEM BRANCO TEM UM SALÁRIO MÉDIO 159% MAIOR DO QUE UMA MULHER NEGRA NO BRASIL”. (FONTE: INSPER)

“ALÉM DE O BRASIL SER O PAÍS QUE MAIS MATA PESSOAS TRANS E TRAVESTIS, MAJORITARIAMENTE NEGRAS, SOMENTE CERCA DE 0,02% DESSA POPULAÇÃO TEM ACESSO AO ENSINO SUPERIOR”. (FONTE: ANTRA)

Acho que todo mundo sabe que o nosso estúdio tem como uma de suas bandeiras a inclusão. Na verdade, o próprio nome do estúdio tem relação com isso, pois escolhemos “Sou do Pole” para dar à aluna (qualquer aluna) a ideia de pertencimento e de acolhimento na nossa casinha: todas podem ser pole dancers.

Viram que eu falei no feminino, né? Isso acontece porque a grande maioria das praticantes de pole (e das nossas alunas, consequentemente) é mulher. Sim, o pole é um esporte/dança predominantemente feminino. Veio das strippers, aliás (sempre vale lembrar e respeitar a sua origem).

É legal pensar que as acrobacias que aprendemos hoje eram ensinadas em casas noturnas, informalmente, de uma pole dancer para outra, e que tudo que se aprendia era destinado ao palco. A ideia de uma escola de pole dance aberta para o público geral é bastante recente, sabia?

E, como uma das responsáveis da nossa escola, eu percebo que, apesar de desejarmos acolher o mundo, não conseguimos alcançar todas as mulheres que queríamos.

Isso acontece por muitos fatores, sendo alguns deles:

  1. Muita gente não conhece o pole dance como atividade física ou modalidade de dança. A maioria das pessoas na verdade nem sabe que escolas de pole dance existem.
  2. Muita gente não se imagina praticando pole dance porque acha que não levaria jeito ou que não tem perfil (sim, a atividade ainda é muito estigmatizada e muita gente acha que precisa ser sensual para praticar pole, o que não é verdade).
  3. Muitas pessoas simplesmente não têm acesso às aulas em razão do preço. Por ser uma atividade bastante personalizada e na maioria das vezes oferecida por pequenas empresas (nosso caso), o preço acaba sendo mais caro e é impossível competir com as mensalidades de empresas gigantes do mercado fitness.

A gente constata esses entraves e tenta de toda forma alcançar essas pessoas que poderiam praticar e amar essa atividade tanto quanto a gente pratica e ama. Fazemos o possível e o impossível para divulgar o pole (você sabia que esse blog surgiu antes mesmo de pensarmos em abrir o estúdio?) e convencer as pessoas de que não existe um perfil de praticante, pois o pole abraça todes e permite inúmeras possibilidades (como esporte e como dança).

Apesar disso, nós constatamos uma realidade nas salas de aula: nossas alunas em sua maioria seguem brancas, cis e de classe média. Isso nos fez pensar: o que poderíamos fazer para alcançar toda a diversidade que existe nesse mundo afora?

Foi assim que decidimos criar uma bolsa de estudos para mulheres negras e trans. Essa foi a forma que encontramos para viabilizar a transformação da realidade das nossas salas de aula: queremos abrir o estúdio e ver lá dentro pessoas que não se sentem representadas nas aulas atualmente: pessoas negras, periféricas, trans,  LGBTQIA+ dentre tantas outras pluralidades que nossa coletividade contempla. Nesse cenário, todas ganhamos e a nossa troca enquanto sociedade é muito mais rica.

Tem vontade de aprender pole dance e pertence a um desses grupos? Queremos muito que você participe desse processo de transformação. Vem com a gente!

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